sábado, 11 de fevereiro de 2017

Dicas para entrar numa pós-graduação em direito

O termo “pós-graduação”, em sentido amplo (lato sensu), se refere a tudo o que faz parte da sua formação educacional após a graduação e, de modo um pouco mais específico, à especialização, ao mestrado e ao doutorado. Em sentido mais estrito (stricto sensu), pós-graduação se refere ao mestrado e doutorado, ambos com o propósito acadêmico, isto é, de formar possíveis professores e pesquisadores, além de produzir conhecimento – diferente da especialização e do mestrado profissional, voltados para um aprimoramento do profissional na sua área de trabalho.

Aqui, trago algumas dicas para entrar num programa de mestrado ou doutorado em direito. Mas imagino que as dicas tenham validade geral para outras áreas.

1. Escolha por afinidade: Idealmente, escolha um programa com o qual você tem afinidade, isto é, tem interesse nas linhas de pesquisa ou onde possa desenvolver suas pesquisas de maior interesse. Isso porque pesquisar exige motivação e curiosidade, tesão pelo que se está fazendo. Caso contrário, a experiência pode ser bastante frustrante e as dificuldades terão um peso muito maior.

2. Atenção para o edital: Uma vez escolhido o programa (ou mais de um), o primeiro obstáculo que você precisa superar é o entendimento dos detalhes do edital. Isso vale para qualquer concurso. Por pequenos detalhes, como uma data, um documento ou uma exigência adicional, você pode ser sumariamente eliminado.

3. Tenha familiaridade com o programa: Você tentará ingressar numa das linhas de pesquisa do programa e conhecer os trabalhos feitos sob aquela linha é essencial para saber se tem afinidade com ela e para construir um projeto de pesquisa adequado. Você deve conhecer não só a produção acadêmica dos professores da linha, mas também as dissertações e teses defendidas ali. Tente entrar em contato, mesmo que por e-mail, com os professores, alunos e ex-alunos do programa, falando dos seus interesses e mostrando que conhece o assunto e os trabalhos deles: isso mostra iniciativa, vai lhe dar mais notoriedade na seleção (em vez de entrar como mais um desconhecido) e você pode receber dicas úteis – como saber que seus interesses estão ou não em sintonia com o dos professores do programa. Conheça o currículo de cada um deles e pense em possíveis orientadores.

4. Assista às aulas: Se puder, tente assistir às aulas (ou algumas delas) da graduação ou da pós-graduação lecionadas pelos professores da sua linha. Para isso, peça humildemente ao respectivo professor e deixe claro seu interesse e motivação. Assistir às aulas têm várias vantagens: vai lhe preparar melhor para a prova escrita (se houver) e vai lhe pôr em contato com o professor.

5. Faça um projeto consistente, mas considere a possibilidade de mudança: Seu projeto de dissertação ou tese provavelmente fará parte da avaliação na seleção e, por isso, precisa ser atraente, do ponto de vista dos professores do programa: mostrar-se viável naquele contexto (prazo, recursos e programa), estar minimamente dentro dos atuais interesses dos professores da linha, parecer estar em continuidade com outros trabalhos ali desenvolvidos, ser claro, curto e direto, e demonstrar por citações consistentes conhecimento dos trabalhos na área e dos feitos no programa. Todavia, tenha ciência de que às vezes é possível (ou até necessário) que você reformule totalmente seu projeto, com o apoio do seu orientador.

Se vai fazer a seleção da pós-graduação na universidade em que se formou, tudo ficará mais fácil – a menos que por acaso você tenha se tornado inimigo dos professores do programa ao longo da graduação. Considere se preparar ao longo do ano – as seleções geralmente são no segundo semestre. Se vai tentar em outra universidade, tente se planejar melhor e mais antecipadamente, pois não só você não foi educado naquele ambiente, mas também terá de lidar com problemas logísticos.

A seguir dois textos na mesma linha: